Quando se infiel a alguém é porque se está insatisfeito consigo mesmo. Às vezes pensa-se que a insatisfação é com o outro, pois ela ocorre das experiências criadas, acreditando-se que deveriam ser correspondidas, ou mesmo que o outro é obrigado a entender o que se projeta nele.
Em face das influências exercidas pela relação que com os pais teve, e que eles tiveram entre si, em muitos casos repete-se um padrão de comportamento.
O indivíduo se vê diante do desejo inconsciente para atingir o anseio do encontro com uma mulher semelhante à mãe ou a outra pessoa que lhe tenha atingido o coração, fruto da relação que existiu entre eles no passado reencarnatório. Se vê diante do desejo inconsciente de buscá-la a qualquer preço. Fato semelhante poderá acontecer com a mulher em relação ao seu pai ou a alguém que tenha lhe marcado em vidas passadas o sentimento. Assim sendo, mesmo tendo um compromisso, por não se sentir atendida em suas necessidades emocionais, a pessoa vai à busca muitas vezes de forma incontrolável e insaciável, de outro que lhe atenda.
A dificuldade de aceitar o vazio de uma relação ou mesmo a insatisfação com o curso que ela vem tomando, por falta de diálogo, provoca no indivíduo a procura por relações amorosas compensatórias.
A infidelidade muitas vezes não é notada pelo cônjuge, face à dificuldade de conhecer realmente quem é o outro com quem vive, e pela culpa, aquele que é infiel tende a compensar melhorando a sua relação. Outras vezes, por mecanismo de defesa, quem trai, passa a desconfiar inconsequentemente do seu parceiro.
Quando se ama o outro e se pretende investir na relação, o diálogo e a compreensão do ocorrido é feito para evitar a separação. O valor da relação pode superar o trauma da traição e fazer com que ela seja repensada em outras bases.
A relação continua quando há consenso e interesse nesse caso. Em outros casos, face ao conflito instalado, a separação torna-se inevitável. Para que não se instale um carma entre ambos, de qualquer forma, deve-se aprender a diluir as mágoas, permitindo a si próprio e ao outro refazer suas vidas em outras bases relacionais.
É fundamental perdoar o outro.
A primeira coisa em que se pensa quando é traído é saber quem é o culpado. Porém, o mais adequado a ser feito é olhar para sim mesmo e descobrir o que está faltando em sua própria personalidade. Depois, buscar estabelecer um outro tipo de relação com a pessoa com quem convive, autor da infidelidade, o qual via de regra se sente culpado.
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